- Publicado em Segunda, 04 Maio 2015 18:31
- Escrito por Redação Comunique-se
Os 150 anos do nascimento de Cândido Mariano da Silva, mais conhecido como Cândido Rondon ou Marechal Rondon, serão motivos de homenagem em São Paulo. Marcado para esta terça-feira, 5, no Centro Histórico e Cultural Mackenzie (CHCM), um evento vai falar sobre a vida e obra do Patrono da Arma de Comunicações do Exército Brasileiro.
Quem vai cuidar do debate será Maurício Melo de Meneses, pesquisador e biógrafo do Marechal Rondon e presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie. O encontro vai falar desde o nascimento de Rondon, em Mato Grosso, suas ações que envolvem a instalação de 32 estações telegráficas nos 1.497 km da linha principal e nos 736 km de ramais, sua atuação nas terras indígenas, até o momento em que recebeu o título de patrono, sendo a data de seu nascimento comemorada como o Dia Nacional das Comunicações.
Além da conversa, neste ano, os Correios lançarão um selo comemorativo em homenagem ao militar brasileiro. O evento no CHCM está marcado para as 17h de terça-feira, 5.
Biografia Marechal Rondon
Nascido em Mimoso, interior de Mato Grosso, o menino descendente de índio ficou órfão de pai antes de chegar ao mundo e perdeu a mãe com apenas dois anos. Além dos cuidados dos avós, o garoto ficou sob a tutoria de seu tio, Manoel Rodrigues da Silva Rondon, que sempre o estimulou a estudar.
Nascido em Mimoso, interior de Mato Grosso, o menino descendente de índio ficou órfão de pai antes de chegar ao mundo e perdeu a mãe com apenas dois anos. Além dos cuidados dos avós, o garoto ficou sob a tutoria de seu tio, Manoel Rodrigues da Silva Rondon, que sempre o estimulou a estudar.
Foi o tio que sugeriu ao menino, formado professor aos 16 anos, que seguisse carreira no Exército brasileiro. As indicações de Manoel também renderam uma formação diversificada em matemática, antropologia, geografia e etnologia, que ajudaram Rondon a construir uma carreira cientifica ao longo de sua vida.
Em um período em que o país tinha grande concentração populacional nas regiões litorâneas, Rondon foi fundamental para desbravar e apresentar as regiões Centro-Oeste e Norte aos demais brasileiros.
Entre as ações de Cândido Rondon estão à instalação de 32 estações telegráficas nos 1.497 km da linha principal e nos 736 km de ramais e o levantamento geográfico de mil quilômetros lineares de terras e de águas. Ele determinou mais de duzentas coordenadas geográficas, inscreveu no mapa do Brasil 15 novos rios e corrigiu enganos sobre o curso de outros tantos. Ao todo, o trabalho de Rondon resultou em mais de cinco mil quilômetros de linhas telegráficas e estradas.
Ao longo deste percurso, o militar teve contato com inúmeras tribos indígenas que foram pacificadas de maneira organizada e harmoniosa, pois Rondon tinha por lema “Morrer se preciso for. Matar nunca”. O trabalho dele gerou a criação do Dia do Índio (19 de abril), a estruturação do Parque Nacional do Xingu e o desenvolvimento da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Os feitos de Cândido Rondon chegaram a terras distantes de tal forma que Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos veio ao País para participar, com o colega brasileiro, de uma expedição de pesquisa científica cuja missão era coletar amostras da fauna e da flora da Região Amazônica. Esta aventura completou 100 anos e foi iniciada pela vontade do próprio Roosevelt, que buscava uma vivência na floresta tropical após perder as eleições norte-americanas que lhe dariam um pretendido terceiro mandato.
Nesta expedição, Theodore escreveu “Nas selvas do Brasil” onde conta a história desta viagem e fala do temperamento de Rondon, que descreve como um “grande conciliador”.
O perfil de Cândido Rondon também cativou outras personalidades. Entre elas, o físico Albert Einstein teve contato com o trabalho do brasileiro em 1925, quando passou 51 dias na América Latina. Embora o cientista não tenha gostado muito do Brasil, fez uma carta de próprio punho ao comitê do Prêmio Nobel, na qual afirma e recomenda: “Esse homem deveria receber o Nobel da Paz por seu trabalho de absorção das tribos indígenas no mundo civilizado, sem o uso de armas ou violência. Ele é um filantropo e um líder de primeira grandeza”.
Infelizmente Rondon não ganhou o prêmio e a correspondência de Einstein só foi descoberta em 1994, pelo professor Alfredo Tiomno Tolmasquim, pesquisador brasileiro em Jerusalém.
No ano de 1955, o Congresso Nacional conferiu a ele a patente de marechal, e no ano seguinte, o então Território Federal de Guaporé, passou a ser chamado de Rondônia em homenagem ao seu desbravador. Aos 92 anos, Rondon faleceu, no Rio de Janeiro, em 19 de janeiro de 1958.
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