SOMOS COMO FLORES
Os humanos nascem como flores. Quando olho para uma criança, vejo-a como uma flor muito viçosa, muito bonita. Vejam bem, nossos olhos são como flores.
Nos Sutras, os olhos de Buda são descritos como flores de lótus. Nossos lábios pode ser uma bela flor, especialmente quando sorrimos e sabemos como sorrir. Esta é uma flor que podemos oferecer a qualquer pessoa a qualquer momento. Apenas inspire e expire e sorria que você terá uma flor desabrochada. E sabe de uma coisa? Os seus olhos também podem sorrir. Assim, quando você olha para alguém e sorri com os seus olhos você oferece duas flores. E se sorrir com sua boca, você oferece três flores. Suas mãos também são como flores. E com minhas mãos eu posso formar uma flor, uma flor de lótus.
Quando eu cumprimento alguém, digo algo assim: "uma flor pra você, um Buda a ser". Curvo-me reverenciando àquela pessoa. Então, minhas mãos são flores, se fizerem as pessoas felizes. E quando ofereço uma flor de lótus àquela pessoa, ofereço uma flor com minha boca e duas outras com os meus olhos.
Nascemos como flores, mas se não soubermos cuidar das nossas flores, elas podem se desgastar e murchar.
Quando você inspira profundamente, você faz com que cada célula do seu corpo sorria como uma flor, tornando-se viçosa novamente, para o seu próprio benefício e felicidade e também pela felicidade das pessoas à sua volta. Se você não tem frescor, se você se sente humilhado, ou se está irritado, as pessoas à sua volta não conseguem ficar felizes.
Por isso, pratique tornar-se uma flor novamente. Pratique "inspirando eu me vejo como uma flor, expirando eu me sinto viçoso".
Buda praticou para revigorar-se. Por isso, quando olhamos para ele, o vemos como uma flor. Ele é descrito sentado sobre uma flor de lótus. Isto significa que onde quer que ele esteja sentado, ele está sentado em paz, feliz, revigorado, porque ele é a própria flor.
Quando você se sentar em sua almofada, sente-se de tal modo que se torne uma flor. Assim, de repente, sua almofada se tornará uma flor de lótus.
Ao praticar o caminho de Buda, você deve se sentar sobre uma flor de lótus e não sobre carvões em brasa [risos]. Quando você está cheio de preocupações, com muita raiva dentro de si, você não consegue sentar-se sobre uma flor, você se senta sobre carvões em brasa. Você não tem paz alguma. Logo que se senta, você quer sair correndo de novo. Assim, o lótus não está disponível. Para que o lótus esteja disponível enquanto um assento para você, pratique tornar-se uma flor, Flor Viçosa, que é o segundo exercício. Se você praticar desta forma, três, quatro vezes, você se tornará viçoso e desfrutará disso.
[Ensinamento proferido por Thich Nhat Hanh durante o retiro de cinco dias no Mosteiro em Illinois, EEUU, (ano não especificado), gravado ao vivo no CD The Art of Mindful Living, Sounds True. Tradução por Maria Goretti (Tâm Vãn Lang).
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