Quem acreditava que a vergonhosa
derrota de 7x1 para a Alemanha seria um recomeço da tragédia viu outra pior: a
desclassificação para o Paraguai, nada mais humilhante e vexatória.
A corrupção leva, por certo, à
falência de uma Nação moral e eticamente. Assim como na política, cuja bandeira
traz denuncias diárias de desvios de dinheiro, na desmoralizada agremiação
dirigida por dirigentes, sob suspeita, ou presos, o que mais de poderia esperar
de uma seleção que foi campeã 5 vezes do mundo? Absolutamente nada.
As pedaladas do governo se confundem com as peladas dos
campos
e
estádios. Antigamente não tínhamos boas arenas. Hoje foram construídas, mas
acabou o futebol. Jovens talentos com menos de 16 anos já entram para os grandes
clubes dos países estrangeiros, enquanto
capengam pelos gramados iniciantes e antigos craques da
bola, uma lástima.
Nossas
lembranças do passado nada se comparam com o quadro atual, e nosso estágio de
atraso. Em todos os setores do Brasil,da economia, da política, do futebol, dos
serviços públicos, dos hospitais, planos de saúde, enfim o lucro fácil e as
vantagens indevidas nos mostraram um caminho de trevas e absurdos.
O mais incrível é que perdem o jogo, mas
saem sorrindo e dando tapinhas nas costas e se abraçando. E com a maior cara de
pau vão dizer que o adversário jogou bem. Se continuarmos assim, evidente, nem
para a próxima copa conquistaremos vaga.
Eis o retrato nu e cru de uma Nação forjada na corrupção,
na perda de valores, na destruição da moral e de bases para que a sua juventude
fosse
amparada e prestigiada com o leque de opções. E, seguindo
o velho adágio, pior que está poderá ficar se o governo não
atrapalhar
Porém quando
interveio no futebol e colocou o patrocínio da CEF,
tirou a concorrência e o âmbito da competição. No
exterior a maioria dos clubes é na forma de sociedade anônima. Tem uma média de
publico de 60 mil pagantes por jogo. Aqui arruaças e brigas, com interdição da
arena Fortaleza, falta de educação e cultura na população que sobrevive com
bolsas sociais que cobrem as misérias e chagas de uma sociedade desunida e sem
rumo certo para o próprio futuro.
De todos os ângulos que vemos, ainda forças do atraso
querem proteger aos corruptos e defender com unhas e dentes suas gritantes
falhas, como se fosse possível um deleite dessa natureza. Vejamos a grande
diferença: os dirigentes presos na Suíça já estão à disposição da Justiça. Lá,
diferente daqui, não há espalhafato ou briga ou prova extraprocessual,
até
utilização de quatro instâncias para soltura do
preso.
Nossa imprensa marrom faz muito barulho, e infelizmente a
liberdade hoje, tão cara no passado, é trocada por vantagens e mais favores,
empréstimos governamentais. Chegamos ao abismo, talvez, mas se não houver uma
reviravolta no rumo da economia, controle da Selic, e investimento pesado na
produção, ficaremos no atoleiro das más notícias.
Ganha-se muito no futebol para se jogar uma pelada. E
olha que os jogadores ficam hospedados nos melhores hotéis, conforto, carro e
avião, para enganar a Nação e ridicularizar o País. O pão e o circo acabaram
definitivamente. A inflação e falta de emprego colocam em risco as conquistas do
passado.
O
futebol, que antes era o retrato de felicidade do povo, hoje está na UTI. E caso
não reestruture tudo, desde a base, no direito de imagem, na profissionalização,
concentrará vexames e exposições ao ridículo. Com dois técnicos gaúchos -
Felipão e Dunga - já vivemos o mais dramático. O primeiro uma goleada
inesquecível; o segundo perdendo para o Paraguai...
Do que seremos capazes no futuro? O preço de uma
metástase da corrupção é a falência moral e de valores de uma Nação. Sem
repensarmos o amanhã ético, decente e moralizante nos movimentaremos em areia
movediça.
Acorda sociedade civil e se una para por fim à destruição
mediante a descorrupção da Nação. Honestidade, já!
Carlos Henrique Abrão, Doutor em Direito pela USP com
Especialização em Paris, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São
Paulo.
A seleção hoje, não passa de uma vitrine para os mercenários da bola, que estão na CBF. Antigamente para chegar a seleção, o jogador tinha que estar consagrado em seu clube. Tinha que ter conquistado alguma coisa. Hoje, não passam de um bom produto nas mãos de espertalhões.
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