Consumo – logo existo
Vivemos
em uma sociedade pautada pelo consumo,que sustenta a economia mundial.
Valendo-se disso, o Capital cria produtos para os diversos públicos, gostos e
bolsos, de modo que hoje, embora milhões de pessoas vivam abaixo da linha da
pobreza, e gastem muito pouco no consumo de bens, há parcelas da população de
consumidores que são responsáveis por alimentar o ciclo de produção
capitalista.
A
ideia de felicidade acoplada ao consumo, o sonho da moda, a fugacidade
delirante de todas as coisas produzidas e a aparente abundância sugerida pelo
consumo, traz consequências a curto, médio e longo prazos, com impacto nas
sociedades humanas e no ambiente.
O que chama atenção é a urgência de se fazer
circular os produtos e as formas de vida, com a característica de serem
rapidamente envelhecidos e substituídos.
Em segundo lugar, esse aumento da velocidade de circulação gera a
necessidade de lidar com conceitos do tipo descartabilidade e obsolescência
programada. Isso se traduz em experiências de vida que têm por característica
fundamental as conquistas em curto prazo, modos de ser em constante excitação
por novas sensações e uma inquietação e insatisfação crescentes. O consumidor
na sociedade atual está sempre em movimento, ligado às mudanças, instigado a
abolir a durabilidade e a permanência das coisas, ao mesmo tempo em que luta
para se reconhecer através dos inúmeros bens aparentemente disponíveis a todos.
Mas alguma vez você já pensou na quantidade de
natureza necessária para manter o seu estilo de vida? Já imaginou avaliar o
impacto no planeta das suas opções no dia-a-dia, daquilo que você consome e dos
resíduos que você gera? A pegada
ecológica individual mede o quanto a presença de cada pessoa no mundo consome
dos elementos que compõem o nosso espaço de vida e existência (elementos
geralmente vistos como recursos naturais), com vistas ao atendimento das
necessidades que elege para sua vida em sociedade. Como critério para
reconhecimento das condicionantes do nosso estilo de vida, a pegada ecológica
coletiva pode ser comparada com a capacidade da natureza de renovar esses
elementos – componentes bióticos e abióticos do meio ambiente. A pegada
ecológica de um país é a área total requerida para a produção de todas as
demandas de consumo de sua população, incluindo alimentação, vestuário,
educação, saúde, cultura, trabalho, moradia, transporte, comunicação,
entretenimento etc., as quais implicam exploração da natureza no que diz
respeito a matéria prima, a energia, a água, a terras agricultadas, a áreas
urbanizadas e, ainda, a bolsões de absorção dos resíduos gerados por todas as
etapas implicadas neste processo antrópico geral. Portanto, em decorrência do
ato de consumir produtos e serviços diariamente, a população mundial consome
componentes ecológicos do planeta como um todo, de modo que a pegada ecológica
da humanidade é a soma de todas essas áreas implicadas, onde quer que elas
estejam no planeta.
A
humanidade necessita hoje de 1,5 planeta para manter seu padrão de consumo,
colocando, com isso, a biocapacidade planetária em grande risco .
Sustentabilidade
é a palavra da vez, entretanto é muito mais do que uma palavra da moda,
significa muito mais do que mostrar para as pessoas que o “ser sustentável” é
uma forma de vida e a única maneira de permitir que nosso planeta se recupere
para que possamos viver em paz e por muito tempo ainda com os recursos naturais
que ele tem para nos fornecer. A Cidadania possui estreita ligação com meio ambiente a partir do
momento em que decidimos aplicar sustentabilidade em nossa própria casa e exigir dos órgãos públicos o
cumprimento da legislação ambiental,pois o artigo 225 da Constituição
Brasileira prevê: “
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.”
“Pensar globalmente, agir localmente”,
conceito que contribui para mudar o comportamento do cidadão, introduzir a noção que cada um dos bilhões de seres
humanos que habitam o planeta deve fazer a sua parte. Não vamos salvar o
planeta por que recusamos uma sacola plástica,mas se os 7 bilhões de seres
humanos que habitam a Terra atualmente, recusarem ,serão 7 bilhões de sacolas a
menos.Preservar o meio ambiente é preservar a própria pele, e fragilizar o meio
ambiente, é fragilizar a economia, o emprego, a saúde . O certo é que não
existe saída se não houver uma alteração nos costumes predatórios. É
imprescindível que cada vez mais os cidadãos tomem conhecimento do seu papel
enquanto agentes de conscientização e responsabilidade ambiental, optando
decididamente pelos produtos de empresas comprometidas com o meio ambiente e a
qualidade de vida da sociedade. Não existe natureza
capaz de alimentar um shopping center do tamanho do planeta.Pense nisso!
Mirian Fabiane Dickel Strate
Bióloga e professora
Adorei ver meu texto publicado em seu blog, conhecimento só tem valor compartilhado
ResponderExcluirMirian, o prazer foi meu, em ajudar na divulgação de um tema tão importante e tão bem redigido. Parabéns
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