LÍNGUA
PORTUGUESA
(Olavo Bilac)
Última flor do Lácio, inculta e
bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e
obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu
aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
em que da voz materna ouvi: "meu
filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Os versos acima foram
extraídos do livro "Poesias",
Livraria Francisco Alves -
Rio de Janeiro, 1964, pág. 262.
http://livroletrarteemminas.blogspot.com.br/2012/11/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html
http://livroletrarteemminas.blogspot.com.br/2012/11/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário