Sandra Carvalho. “A leitura é um vício”
Jornal Ionline.pt - 14/07/2014Qual foi o primeiro livro que leu?
Li muitos livros de banda desenhada e clássicos infantis. No colo da minha mãe havia sempre um livro.
Que livro a obrigaram a ler na escola que achou insuportável?
Não existem livros insuportáveis, existem livros difíceis de assimilar. Mas todos podem ensinar-nos algo, quer seja bom ou mau…
Que obra proibida leu às escondidas?
Muitas! Mas fui sempre apanhada, porque questionava os crescidos sobre o que não entendia.
Que livro gostaria de ter escrito?
Todos aqueles que ainda não escrevi.
Qual é obra que releu mais vezes?
“Os Cinco”, de Enid Blyton. Em criança, sonhava viver aquelas aventuras.
Que livro nunca conseguiu acabar de ler e porquê?
Houve alguns. Um livro tem de despertar os meus sentidos. Se isso não acontece…
Qual foi o livro que leu mais rápido e em quanto tempo?
O “Congo”, de Michael Crichton. Tinha dez anos. Só parei quando terminei. Lembro-me bem porque recebi uma grande reprimenda por levar o livro para a mesa. A narrativa tem todos os elementos que me fascinam. Foi o livro que me fez congeminar se também seria capaz de deslumbrar alguém com as minhas histórias.
Costuma ler todos os dias? Em que local e em que horário?
A leitura é um vício, mesmo que seja só um bocadinho, à noite. Mas gosto imenso de ler ao som do mar ou do vento a brincar com as árvores. Também leio no meio de uma multidão. Quando uma história me absorve, a realidade esvai-se.
Qual é a melhor posição para ler?
Descontraída, para que a mente possa voar.
Matava para escrever como que escritor?
Não matava para escrever como ninguém. Mas, quando morrer, peço ao S. Pedro que me apresente a Michael Crichton e a Marion Zimmer-Bradley. Seria uma honra escrever com eles.
Qual é o melhor título de um livro que já leu?
“A História Interminável”. As histórias que nos fazem sorrir e sonhar deviam mesmo ser infindáveis!
De que romance alterava o final?
Sou uma romântica inveterada. Alterava todos os finais que não são felizes. A vida já nos traz agruras suficientes.
Vai parar a uma ilha deserta e encontra o pior livro imaginável. Como se chama?
“O Fim de Toda a Esperança”. Porque é a esperança que nos dá forças para viver.
Quando entra numa livraria, para onde olha em primeiro lugar?
Olho em redor. A visão de estantes preenchidas com milhares de pensamentos, sonhos e emoções é sempre extasiante.
Qual é o melhor local para ler? E o pior?
O meu sofá. A casa de banho…
A bebida ideal para acompanhar uma boa leitura?
Sumo de laranja quando está calor e cacau quente no Inverno.
Costuma sublinhar livros ou escrever neles, ou é daqueles que os mantêm imaculados?
Preservo-os o mais possível.
Usa um marcador ou dobra as páginas?
Uso marcadores.
E e-books? Compra ou é fiel ao papel?
Sou fiel ao papel porque gosto de sentir o livro. O virar da página é um ritual mágico. Os livros duram vidas; podemos herdá-los, colocar neles o nosso testemunho e legá-los.
Em miúda, sonhou ser igual a que personagem literária? Porquê?
À Wendy, de J. M. Barrie. Porque era uma contadora de histórias. E eu queria muito ter irmãos e um cão. Poder voar entre as estrelas até à Terra do Nunca também seria agradável… E estava apaixonada pelo Peter Pan.
De que livro tirava o seu epitáfio?
Quando penso nisso, só me ocorre deixar uma mensagem aos que ficam: carpe diem .
Quem escolhia para escrever a sua biografia?
Alguém que me conhecesse por dentro e por fora.
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