07/12 - Um dia é do caçador, outro
da caça
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A Verdade
Sufocada - A História que a esquerda não quer que o Brasil conheça - 7ª
edição Carlos Alberto Brilhante Ustra
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Fernando Pimentel, militante da
luta armada, atual candidato ao Governo de Minas pelo PT
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A Vanguarda Popular Revolucionária
(VPR), do Rio Grande do Sul, desejava realizar uma ação que lhe destacasse junto
à esquerda armada e lhe desse prestígio perante seu Comando Nacional (CN). Era
necessário, para isso, uma ação de impacto nacional e internacional. A
experiência com o embaixador americano servia como exemplo. Esperavam que um
cônsul fosse um alvo mais fácil que um embaixador e deduziram que a ação seria
menos arriscada.O alvo escolhido foi o cônsul dos Estados Unidos em Porto
Alegre, Curtis Carly Cutter. Imediatamente, em fevereiro de 1970, iniciaram
cuidadosos levantamentos. Atuariam “em frente” com Gregório Mendonça (Fumaça),
do Movimento Revolucionário 26 de Março - MR-26. Não poderia haver erros.
Logo, descobriram tudo sobre o
cônsul: onde morava, seus horários de entrada e saída de casa e do trabalho,
locais aonde ia com mais freqüência e, principalmente, que usava, durante a
semana, em seus deslocamentos um carro de cobertura, com dois agentes lhe dando
segurança. Portanto, era preciso planejar a ação para um final de semana,
quando, tranqüilamente, circulava sem cobertura. O bem-sucedido seqüestro do
cônsul do Japão reforçava a certeza do sucesso da ação. Confiantes, em março,
Carlos Roberto Serrasol (Breno) recebeu a incumbência de alugar a casa
localizada na Avenida Alegrete, 636, bairro Petrópolis, para ser o cativeiro do
cônsul. Foi solicitado ao Comando Nacional (CN), já que nesse tipo de ação o
tempo é precioso, a redação antecipada do comunicado a ser enviado às
autoridades, após o seqüestro. Juarez Guimarães de Brito - COLINA, VAR
Palmares e finalmente da VPR-, do Comando Nacional, no Rio de Janeiro, atendeu
prontamente, incumbindo Celso Lungaretti (Lourenço), do Setor de Inteligência da
VPR, de redigir o documento. No comunicado, transcrito no final, como
exigência para libertar o cônsul vivo, as autoridades deveriam libertar 50
presos, que seguiriam para a Argélia. O comunicado também previa que a não
aceitação das exigências levaria os seqüestradores à execução de Curtis Carly
Cutter. O documento era assinado pelo Comando Carlos Marighella. A ação foi
marcada para 21 de março, um sábado. Assim foi feito. Já com um carro, roubado
só para o seqüestro, partiram para a ação. Tudo, no entanto, fracassou, por
erro no tão minucioso planejamento. A ação foi remarcada para duas semanas
depois. Afinal, era preciso rever todos os detalhes. No dia 4 de abril de
1970, partiram outra vez para o seqüestro do cônsul. No comando da ação, Félix
Rosa Neto e, como motorista, Irgeu João Menegon. No mesmo carro iam
Fernando da Matta Pimentel (Jorge) e Gregório Mendonça (Fumaça). No carro de
cobertura estavam Antônio Carlos Araújo Chagas (Augusto), Luiz Carlos Dametto e,
como motorista, Reinholdo Amadeo Klement. Todos com revólveres, além de duas
metralhadoras INA e granadas. Pela manhã, quando o cônsul saiu de sua
residência, partiram para o ataque. O diplomata, seguido pelos sete terroristas,
foi salvo pelo excesso de tráfego que impediu o emparelhamento com o seu
veículo. Decepcionados, mas persistentes, esperaram nova saída do alvo da sua
residência, o que aconteceu às 16 horas. Curtis dirigiu-se à Vila Hípica, em
sua caminhonete Plymonth, e, novamente, foi seguido pelos dois carros. A
sorte parecia estar ao lado dos seqüestradores. O cônsul errou o caminho, entrou
numa rua sem saída e teve de retornar. Armas a postos, Irgeu emparelhou o
Volks com a possante Plymonth e Reinholdo fez o mesmo, pelo outro lado, com o
carro de cobertura. O cônsul, pensando que os rapazes faziam um “pega”,
acelerou sua Plymonth e os deixou, atônitos, para trás. Não podiam desistir,
ainda mais depois de terem comunicado ao CN e Juarez de Brito ter se empenhado
na redação do comunicado. Era necessário insistir. A ação era importante.
Portanto, à noite, estavam novamente a postos. Agora era vida ou morte. A
sorte estava com eles. Por volta das 20 horas, o alvo saiu com sua esposa para
visitar amigos. Ficou na casa até as 22h30 e saiu acompanhado, além da esposa,
por um amigo. Os seqüestradores estavam à espreita. Começaram a seguir o
cônsul. O horário era o ideal; pouca gente na rua, pouco tráfego. Porque não
pensaram logo em fazer a ação à noite? Logo depois da Rua Ramiro Barcelos,
Curtis, que ia em baixa velocidade, foi ultrapassado pelo Fusca de Irgeu, que
imediatamente, o fechou ocorrendo uma pequena batida. Félix, Fernando e Gregório
desceram cercando a caminhonete. O cônsul, forte e decidido, vendo as armas,
não pensou duas vezes: acelerou sua possante Plymonth, atropelando o pequeno
Volks e, de quebra, Fernando Pimentel . Félix, por trás, atirou com sua
pistola .45, quebrando os vidros e ferindo Curtis que, em ziquezague, seguiu à
toda velocidade, conseguindo escapar. Três dos azarados ou incompetentes
seqüestradores foram presos uma semana depois pela equipe do DOPS/RS, chefiada
pelo delegado Pedro Carlos Seelig. Os outros, sem muita demora. A seguir
transcrevo parte do comunicado que o Comando Nacional da VPR havia preparado,
certo de que a ação seria um sucesso. “O cônsul norte-americano em Porto
Alegre (Curtis Cutter) foi seqüestrado às... horas do dia... de ... pelo Comando
“Carlos Marighella” da Vanguarda Popular Revolucionária. Esse indivíduo, ao
ser interrogado, confessou suas ligações com a “CIA”, Agência Central de
Inteligência, órgão de espionagem internacional dos Estados Unidos, e revelou
vários dados sobre a atuação da “CIA” no território nacional e sobre as relações
dessa agência com os órgãos de repressão da ditadura militar. Ficamos sabendo,
entre outras coisas, que a “CIA” e o CENIMAR sofrem a concorrência do SNI, sendo
que essa rivalidade é tão acentuada que em certa data um agente da “CIA” foi
assassinado na Guanabara por elementos do SNI. Esse informe foi cuidadosamente
abafado pela ditadura, mas o depoimento do Agente Cutter, nosso atual
prisioneiro, permitiu que o trouxéssemos a público.” Se o cônsul Curtis
Carly Cutter tivesse sido seqüestrado, esse comunicado seria difundido pela
imprensa e muitos acreditariam. Assim se forjam as mentiras, reescreve-se a
história e faz-se a cabeça dos brasileiros. Mentira. Eis a grande arma
dessa gente para impor a sua versão desonesta dos fatos e da
história. Essa é a motivação maior que me leva a escrever. Desmentir a
fraude dessa gente e demonstrar a sua impostura, resgatando a verdade com fatos
irretorquíveis. Fonte: Projeto Orvil.
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Pimentel aqui
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