16/09/2014
João Pedro Stedile, o dono do MST, esteve naquela patuscada promovida
por Lula em frente à sede da Petrobras no Rio. E demonstrou que é mesmo o que
sempre afirmei: mero esbirro do PT. No seu discurso, ameaçou: “Vamos estar todos
os dias aqui em protesto [se Marina ganhar]”.
Cabe a pergunta: por quê? Por razões óbvias, ele não conhece as medidas
de Marina na área do pré-sal pela simples razão de que ela ainda não venceu a
eleição, ora essa. Não tendo vencido, não tomou posse. Não tendo tomado posse,
ainda não governou.
Stedile, em companhia de Lula, deixa claro, assim, que não reconhece as
instituições do regime democrático, coisa que, diga-se, eu também sempre soube.
Gente como ele — a exemplo de Guilherme Boulos, o líder do MTST — só existe
porque a democracia costuma ser tolerante com elementos que buscam solapar seus
fundamentos.
O dito líder do MST é o maior pelego do Brasil. Dilma, na comparação com
Lula e FHC, é a presidente que menos assentamentos fez. E nem acho que isso seja
um problema em si, já que os sem-terra, de fato, não existem. O que existe é o
MST, um aparelho que vive do dinheiro público. A grana que financia o movimento,
na prática, tem origem nos recursos destinados à agricultura
familiar.
A declaração de Stedile, para a surpresa de ninguém, tangencia o
terrorismo político. Observem que ele nem mesmo diz que promoverá protestos
ligados à sua área de atuação. Nada disso! Agora, o capa-preta do MST pretende
também dar ultimatos no setor energético.
O que Lula e este senhor fizeram, nesta segunda, foi ameaçar o país. O
Poderoso Chefão do PT está tentando alimentar temores que muita gente já
expressou aqui e ali: se os petistas forem derrotados, o país se tornará
ingovernável porque eles botarão a tropa na rua. Se, agora, diante do nada,
brandindo um fantasma, uma invenção, uma fantasia, fazem esse escarcéu,
imagine-se o que não fariam se, num eventual novo governo, tivessem seus
interesses contrariados.
Lula está ameaçando o Brasil com uma “Marcha Sobre Roma” se o seu
partido for apeado do poder, se o eleitor insistir em fazer o que ele não quer.
O ato desta segunda foi a manifestação explícita e arreganhada de quem não tem a
democracia como um valor universal. Para os petistas, uma eleição presidencial é
aquele processo que só admite um resultado: a vitória.
É coisa de fascistas. Lula está pensando que o Brasil de 2014 é a Itália
de 1922 e que ele é Mussolini.
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