segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A MENINA QUE SONHA CRIAR UMA BIBLIOTECA.

A menina que sonha criar uma biblioteca

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No alto de seus dez anos de vida, Kaciane Caroline Marques é movida por um grande sonho. Diferentemente de muitas meninas de sua idade, essa pequena rio-pretense não quer ganhar celular da moda, visitar a praia ou fazer compras no shopping. Sozinha, começou a desenvolver campanha para arrecadar livros usados, abandonados ou que estão esquecidos. Sua motivação é nobre: criar uma biblioteca no Lealdade, bairro de Rio Preto onde mora há cinco meses. Apaixonada por leitura desde que foi alfabetizada, Kaciane notou que a localidade tem essa lacuna na cultura, o que, em sua concepção, não pode acontecer. Assim, arrecada exemplares com amigos e nas redes sociais.

A pouca idade não impediu a menina de descobrir a transformação que a leitura é capaz de proporcionar. Por esse motivo, quer oferecer essa experiência revolucionária para o maior número possível de pessoas. "Quando você lê, aumenta a criatividade e melhora o vocabulário. A gente viaja sem sair do lugar", diz a garotinha, toda orgulhosa. Mesmo sem divulgação, já arrecadou 40 unidades. Nem parou para pensar como vai guardar os livros. Nem como receberá os leitores. Mora em uma casa de 41 metros quadrados, com a família composta por cinco pessoas. Os parcos espaços vazios serão preenchidos com as obras literárias. "Meu sonho é construir um quartinho no quintal para abrir a biblioteca." Por enquanto, prefere pensar em conseguir títulos variados para iniciar o importante projeto.

Os pais ficam orgulhosos. Mas, por enquanto, não há dinheiro disponível para ampliar a casa. A mãe é diarista e o pai, autônomo. "Não temos condição financeira, mas vamos tentar", afirma o pai Sílvio César Marques, 43 anos. "Minha filha está empenhada. Quer fazer alguma coisa para as crianças. É bonito isso", conta Adriana. A família tem vida simples, mas digna. Não sobra dinheiro para luxos ou compra de obras. Isso não impede Kaciane de fazer o que gosta. Ela pega os exemplares emprestados na escola e na Biblioteca Municipal. Nas datas especiais pede o mesmo presente: livros.

É uma leitora compulsiva e, ao mesmo tempo, organizada. Mantém um diário para registrar os 397 títulos, sobretudo de literatura. Sempre gostou de leitura, mas sua paixão se intensificou há três anos. Tudo começou quando pegou na biblioteca da escola 'As Aventuras de Pedro, o Coelho', de Beatrix Potter. Foi sua pedra fundamental. O encantamento com as histórias não passou. Nem enfraqueceu. Pelo contrário. Ganha cada vez mais espaço em sua rotina. Quer ser escritora e jornalista quando crescer. Em 2015, vai cursar o quinto ano do ensino fundamental. Estudiosa, pretende aproveitar o tempo livre para cuidar da biblioteca e atender os leitores. "Vou incentivar crianças e adultos a gostar de ler."

Kaciane leva a sério tudo a que se propõe. Chega da escola, almoça e faz o dever de casa. Depois, fecha a porta do quarto e abre um mundo particular, repleto de lindas princesas, heróis fantásticos, monstros medonhos, extraterrestres engraçados e seres horripilantes. Exigente, não fica apenas nos temas indicados para sua faixa etária. Viaja muito mais longe. É desinibida, alegre e mostra vocabulário acima da média. A garota fala com autoridade sobre autores e estilos literários. Tanto que já se arrisca a escrever os primeiros contos e crônicas. Seu texto é correto, sem erros de português. O projeto é publicar o próprio livro. Mas isso faz parte de um outro capítulo de sua história. Os interessados em ajudar a pequena Kaciane a montar a biblioteca podem entrar em contato com o Diário, pelo telefone (17) 2139-2046.

Alarme precisa de instrumentos musicais para fanfarra

A Associação Lar de Menores (Alarme) planeja incrementar sua grade de atividades com a criação de uma fanfarra. Para viabilizar o projeto, a instituição conta com dois maestros voluntários.
Só faltam os instrumentos musicais que serão usados nas aulas. Quem quiser colaborar com a empreitada, pode doar instrumentos usados, que estão esquecidos em casa, ou mesmo comprar um novo e promover a doação. Vão beneficiar as 650 crianças e adolescentes que são atendidos diariamente pela instituição rio-pretense.

Os policiais militares Heitor Liebana Verjas e Jonathan de Oliveira dos Santos serão responsáveis por oferecer as aulas duas ou três vezes por semana. Ambos tocaram juntos desde 2002 em vários projetos musicais. Hoje, fazem parte da Orquestra de Sopros e Percussão Facmol, de Pereira Barreto. Verjas afirma que é possível iniciar a banda marcial com oito trompetes, oito trombones, quatro bumbos, quatro caixas e quatro pratos. "É uma quantidade mínima, mas que já possibilita fazer música."

Angélica Sansão, que atua na administração da Alarme, afirma que todos estão empolgados em criar a banda. A fanfarra já foi tradicional em cidades do Interior, como em Rio Preto mesmo, mas hoje está um pouco esquecida. As 650 crianças e adolescentes da instituição são de baixa renda e moram principalmente na zona norte. No horário inverso ao das aulas do ensino fundamental e médio, eles têm acesso a oficinas de habilidades esportivas e estéticas, como dança, artesanato e costura.

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