O desabafo de
Murilo sobre a Petrobras
Além
dos políticos, funcionários também são 'donos' da empresa
Por: Geraldo
Samor 16/09/2015
às 12:11
Murilo
Ferreira, que se
licenciou esta semana da presidência do conselho de administração da
Petrobras, fez ontem um desabafo a um interlocutor.
“A
Petrobrás não é do acionista majoritário, nem do acionista minoritário — ela é
da corporação,” disse Ferreira, que também é o presidente da
Vale.
“Seu
eu fosse morador de Nilópolis, São Gonçalo ou da Baixada [regiões pobres do Rio
de Janeiro], eu ficaria revoltado com os tipos de privilégios que os
funcionários conseguiram garantir para si mesmos.”
Em
seguida, meio constrangido, tirou da carteira um cartãozinho verde. “Sabe o que
é isto? É um cartão com o qual eu vou a qualquer farmácia, pago apenas 15 reais
e compro o medicamento que quiser. Nenhuma empresa particular no Brasil tem um
cartão de convênio médico como esse. Eu nunca usei, senti
vergonha.”
E
prosseguiu: “Na Vale, consegui tirar os carros dos diretores. Na Petrobrás não é
possível diminuir qualquer coisa que a corporação não
queira.”
Esse
espírito de corpo, segundo Murilo, “não permite imaginar que qualquer coisa vá
mudar lá.”
E,
fazendo referência a um prêmio internacional que ganhou como CEO da Vale, disse,
“Eu não poderia arriscar minha reputação continuando ali.”
Durval
dos Santos Vila
Mesa
de Operações Bovespa
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