Quando se atira em uma das viagens que
já o levaram a navegar mais de 400 mil quilômetros e conhecer os dois pólos,
Amyr Klink leva, no mínimo, uns 150 livros. Entre tantas obras que o ajudaram a
traçar seu caminho entre mares, o livro de sua vida é Grande Inverno, dos
franceses Sally e Jérôme Poncet. Amyr conta que, ao ler o livro pela primeira
vez, achou que fosse se deparar com mais um desses relatos de aventura, de
histórias espetaculares, de escapadas por um triz. Mas o que encontrou foi quase
uma obra de poesia, que desmistificou um pouco essa história de aventureiros, de
riscos e perigos. O livro conta a beleza que foi a experiência do casal em uma
viagem absolutamente inédita e ousada. O navegador conheceu Sally e Jérôme em
Paraty, onde o casal passou alguns meses juntando mantimentos e pescando para
passar o inverno na Antártica. Tempos depois saiu Le Grand Hiver, o Grande
Inverno. Amyr lembra que o livro foi traduzido para o português por uma pequena
editora do Rio de Janeiro. Depois de um incêndio na editora, todo o estoque foi
destruído. A obra que tanto marcou a vida do homem que esteve mais de uma dúzia
de vezes na Antártica nunca mais foi reeditada.
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