segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

HISTÓRIAS EM QUADRINHOS AJUDAM A FORMAR LEITORES.

Histórias em quadrinhos podem ajudar a formar leitores, diz Instituto Pró-Livro

Terra


A gerente executiva de Projetos do Instituto Pró-Livro (IPL), Zoraia Failla, disse nesta segunda-feira, em entrevista à Agência Brasil, que as histórias em quadrinhos (HQ) podem ser uma ferramenta para formar leitores e auxiliar na educação de crianças e adolescentes. "Eu penso que dentro de um espaço de mediação, todo tipo de leitura é importante, especialmente para a gente tirar aquela imagem que se cria em relação a um livro que é oferecido em uma sala de aula e que se transforma em obrigação, em tarefa."

Zoraia acredita que o trabalho com quadrinhos dentro da escola pode quebrar um pouco a seriedade do livro, contribuindo para trazer a criança e o jovem para a leitura de uma forma mais prazerosa e interessante. "Eu acho que pode ser um meio, nunca um fim. Porque o quadrinho pode até trabalhar algum conteúdo, mas o faz de forma superficial. Como incentivo à leitura, ele pode ser um mobilizador", disse.

Para a gerente do IPL, a HQ pode desenvolver habilidades na escola, entre as quais a concentração e o interesse pela leitura em geral. "Sem dúvida, deveria ser melhor trabalhada para conseguir que, a partir dali, o aluno se interesse por uma leitura um pouco mais complexa, com mais conteúdo." Zoraia avaliou que é preciso se usar hoje todos os meios para conseguir conquistar as crianças e jovens para a leitura.

Zoraia indicou que a HQ pode ser um instrumento eficiente para passar conteúdos de disciplinas curriculares, como história, ciências e geografia, para os estudantes. "É uma forma talvez mais agradável, mais interessante, para a garotada de hoje, de levar o conhecimento". Como as crianças, em geral, sentem uma atração forte pelos quadrinhos, que são considerados uma forma de entretenimento, ela avalia que "seria inteligente usar essa ferramenta como uma forma de trazer a garotada seja para a leitura, seja para conteúdos mais complexos".

O diretor comercial da Comix Book Shop, uma livraria especializada em histórias em quadrinhos, Jorge Rodrigues, destacou a qualidade, inclusive literária, das histórias em quadrinhos feitas no Brasil. "Hoje, a gente tem crescido bastante na produção de quadrinhos nacionais. O mercado independente, onde o autor mesmo produz o seu livro, edita e lança, aumentou muito de uns anos para cá e há gráficas que imprimem com demanda menor. Com isso, há muitos projetos e ideias muito boas sendo lançadas que, de repente, não encontraram respaldo nas editoras", disse.

Rodrigues ressaltou que muitas editoras têm investido em adaptar literatura clássica para quadrinhos. "É uma vertente que tem crescido muito no mercado". O objetivo, conforme enfatizou, é que o governo compre e as escolas venham a consumir esse produto, visando que seja uma ferramenta na parte da educação. O estande da Comix na 16ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, encerrada ontem, foi um dos mais frequentados durante os 11 dias do evento, com filas extensas na porta que reuniam público de todas as faixas etárias.

O Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) supre as escolas de ensino público das redes federal, estadual, municipal e do Distrito Federal de obras e materiais de apoio à prática da educação básica, incluindo HQs. Em 2013, serão atendidas as escolas dos anos finais do ensino fundamental e ensino médio, informou a assessoria de imprensa do Ministério da Educação. O programa vai distribuir cerca de 6,7 milhões de obras literárias a mais de 68,8 mil escolas de todo o país. Os investimentos na compra dos livros alcançam em torno de R$ 66 milhões.

Em 2006, por exemplo, o Ministério da Educação incluiu livros de histórias em quadrinhos e de imagens na coleção do PNBE. Dom Quixote em Quadrinhos, de Caco Galhardo; Toda Mafalda , de Quiño; Na Prisão (mangá - quadrinho japonês), de Kazuichi Hanawa; Santô e os Pais da Aviação, de João Spacca de Oliveira; e Café Van Gogh, de Ana Maria Machado Mello & Mayer Design, foram alguns dos HQs incluídos na li

Com licenciatura em desenho pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denis Mello tem experiência na aplicação de oficinas em salas de aula da rede pública de ensino, inclusive em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Sesc), utilizando a HQ e o desenho como ferramenta principal. Falando à Agência Brasil, ele disse que consegue ver como os quadrinhos despertam a curiosidade dos alunos. "Eles tendem a colaborar mais, a se interessar mais pelo assunto"

Mello salientou que a HQ é uma forma de arte. "Do mesmo jeito que as outras formas de arte podem colaborar como ferramenta de educação, a HQ também funciona. Da mesma forma que você pode usar música, literatura e pintura, você pode usar história em quadrinhos", manifestou.

Denis Mello está desenvolvendo agora, com um grupo de amigos, um projeto voltado à produção de quadrinhos educativos, que será efetuado em parceria com secretarias municipais de educação do estado do Rio de Janeiro. O projeto deverá ser iniciado em Magé. "Foi a primeira secretaria a se interessar pelo projeto". Pretende-se suprir a carência de material didático onde ela exista, nas escolas, por HQ. "Na educação ambiental, por exemplo, a gente chegaria com a história em quadrinho para suprir essa necessidade e com um material didático que vai conversar mais com os jovens do que o material burocrático tradicional".

Um comentário:

  1. COMENTÁRIO (FANC)
    Feliz e oportuna a reportagem sobre a importância da utilização dos quadrinhos em sala de sala de como material didático. Já utilizo os quadrinhos em minhas aulas, tanto no Ensino Médio quando no Superior. “A Tuma da Mônica, Sítio do Pica – Pau Amarelo e a Fazenda Cocoricó são importantes ferramentas que despertam habilidade e competências no educando e como ilustração dos assuntos tratados contextualizando com a vida cotidiana.
    As teorias de vygotsky sobre Sentido e Significado são melhores contextualizadas com a utilização do cotidiano da “Tuma da Mônica” destacando a ação sempre inteligente do “Chico Bento” .
    É importante que o educador trabalhe com a criação e o desenvolva o senso crítico de seus educandos. Trabalhar com personagens conhecidos, mas com os balões dos diálogos vazios para que sejam preenchidos pela criação dos educandos. Para que façam parte da história e sejam autores de sua própria história.
    Utilizo esta técnica em todos os níveis de estudo que trabalho em sala de aula e sempre o resultado é positivo e os educando demonstram criativa técnica – científica de criarem situações que são, muitas das vezes, opostas do personagem representado. Com a turma da Pedagogia, 6º Período, na nossa FAFI – SION, criamos uma Legislação Ambiental para educandos do Ensino Fundamental 1.
    As universitárias desenvolveram diálogos entre os personagens que eram árvores, flores, animais e seres humanos no sentido de destacarem a importância da Legislação Ambiental e colocaram dicas de como a qualidade de vida é melhorada se todos nós respeitássemos a natureza. Despertando nos pequenos leitores a importância da percepção e consciência ambiental.
    Como educador eu agradeço o José Milton pelas reportagens sobre a educação e destaco a importância de toda a sociedade em participar desse processo.
    Desde já colocamos os trabalhos de nossas universitárias a disposição do José Milton para consulta e análise dois educares que queiram se aprofundar nesse tipo de trabalho que foi baseado na teoria de vygotsky.
    Abraços fraternos a todos os leitores e em especial ao José Milton.

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