quinta-feira, 3 de julho de 2014

FIEL AO LIVRO DE PAPEL.

Júlio Pereira: “Podem chamar-me retrógrado, mas sou fiel ao papel”

Jornal I online - 16/06/2014
Qual foi o primeiro livro que leu?

Não me recordo. Comecei a frequentar a biblioteca do liceu e devorava todos os livros do Júlio Verne. Recordo-me de um livro sobre a vida da rainha Jinga, de Angola, das minhas primeiras leituras sérias e que despertou em mim o fascínio por África.

Que livro o obrigaram a ler na escola que achou insuportável?

O que achei insuportável foi a maneira como tínhamos de dividir as orações de “Os Lusíadas”.

Que obra proibida leu às escondidas?

Alguma literatura de cordel, de carácter erótico, policopiada.

Que livro gostaria de ter escrito?

Talvez a imortal obra de William Shakespeare “Romeu e Julieta”.

Qual a obra que releu mais vezes?

A Bíblia. Leitura quase diária, excelente companhia e inspiração.

Que livro nunca conseguiu acabar de ler e porquê?

O do autor vivo que mais admiro – António Lobo Antunes – “O Esplendor de Portugal”. Talvez o tenha lido numa altura da vida menos propícia.

Qual foi o livro que leu mais rápido e em quanto tempo?

Em jovem, adorava ler policiais, que devorava numa noite. Depois, talvez “Portugal e o Futuro”, de António de Spínola.

Costuma ler todos os dias? Em que local e em que horário?

Leio em casa e na praia ou em qualquer local sossegado. Sem horário.

Qual é a melhor posição para ler?

Deitado, reclinado ou na esplanada.

Matava para escrever como que escritor?

Não seria capaz de matar, mas gostaria de ter a sensibilidade da escrita que o António Lobo Antunes manifesta, particularmente nas suas crónicas.

Qual é o melhor título de um livro que já leu?

“Os Cus de Judas”, de António Lobo Antunes.

De que romance alterava o final?

Não me recordo de nenhum.

Vai parar a uma ilha deserta e encontra o pior livro imaginável. Como se chama?

“Crónica de Um Bom Malandro ou o Diário Secreto de Júlio Pereira”.

Quando entra numa livraria, para onde olha em primeiro lugar?

Olho para os funcionários/as, espreguiço o olhar pelas novidades ou livros em destaque e percorro com os olhos os livros de carácter histórico.

Qual é o melhor local para ler? E o pior?

Melhor local, à borda de água; pior local, num café barulhento.

A bebida ideal para acompanhar uma boa leitura?

Às vezes, um Porto vem a calhar.

Costuma sublinhar livros ou escrever neles, ou é daqueles que os mantêm imaculados?

Alguns, mantenho-os impolutos; noutros, nomeadamente de ciência política, sublinho.

Usa um marcador ou dobra as páginas?

Um marcador.

E e-books? Compra ou é fiel ao papel?

Podem chamar-me retrógrado, mas sou fiel ao papel. Não consigo o mesmo grau de concentração na leitura num ecrã e, depois, falta o cheiro, o toque do papel, o folhear de um livro.

Em miúdo sonhou ser igual a que personagem literária? Porquê?

Lia obras que hoje seriam consideradas impróprias, tais como as “Aventuras do Capitão Morgan” e as de Sandokan e do seu inseparável amigo Tremal Naik.

De que livro tirava o seu epitáfio?

Preferia aquele que me foi sugerido por uma colaboradora: “Aqui jaz aquele que era tão inteligente que se soube rodear de pessoas mais inteligentes do que ele.”

Quem escolhia para escrever a sua biografia?

A minha esposa. Só ela teria a sensibilidade para escrever com o coração.

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