Grupo cria armadilha para capturar mosquito da
dengue
Agência Estado
Publicação: 07/07/2014
São Paulo, 07 - Após 3 anos de trabalho, pesquisadores brasileiros e
americanos conseguiram com a ajuda da inteligência artificial desenvolver
armadilha tecnológica para capturar mosquitos. Ela atrai os insetos para um
compartimento, identifica quais devem ser pegos e os tranca em outro local onde
eles acabam grudados em um papel colante.
“Existe um sensor que decide se prende ou solta o inseto. Se ele ficar
preso, o ar o empurra para uma segunda câmara onde é retido pelo papel adesivo”,
conta o pesquisador Gustavo Batista, do câmpus de São Carlos da Universidade de
São Paulo. Segundo ele, a tecnologia inovadora vai contribuir para combater
dengue, malária e pragas agrícolas.
O custo é baixo (R$ 30) e a possibilidade de acerto na captura correta dos
mosquitos varia de 98% a 99%. Hoje já há uma armadilha para capturar insetos
prendendo em um papel adesivo. “O problema é que ela acaba capturando tudo,
inclusive insetos que não precisariam ser capturados”, diz Batista.
Para os pesquisadores, a nova tecnologia será eficaz, principalmente, no
combate aos mosquitos de gênero Anopheles, vetores da malária, e ainda aos
mosquitos do gênero Aedes, vetores da dengue e da febre amarela. “A vantagem do
sensor é que ele permite identificar onde o inseto está em tempo real”, completa
o professor da USP.
O aparelho visa a identificar quantos e quais mosquitos estão em
determinada área por meio do reconhecimento automático das espécies. Isso
possibilita combater os efeitos nocivos dos insetos também na agricultura. A
armadilha funciona por meio de um dispositivo que emite uma luz a laser. Ao
atravessá-la, as variações das asas do mosquito são captadas por
fototransistores, que transmitem a informação a um circuito que qualifica o
inseto.
Antes, o mosquito vai parar na armadilha atraído por dióxido de carbono,
uma substância capaz de atrair as fêmeas. Depois, ele é puxado por um fluxo de
ar em direção ao sensor e lá é identificado, podendo ser liberado ou terminar no
outro compartimento grudado no papel.
Importância.
Sem contar os mosquitos da dengue e da malária, o estudo coletou dados e
criou sistemas de reconhecimento automático para diversas espécies, como a
mosca-de-banheiro, mosca-da-fruta, mosca doméstica, abelha, joaninha, besouro e
abelha. “O sensor pode classificar qualquer espécie de inseto, mas para isso é
necessário que sejam coletados exemplos das espécies desejadas”, contou outro
pesquisador, Diego Furtado Silva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário