"Foi
uma revelação quando Piketty e
colegas demonstraram que as rendas do hoje famoso "1%", e de grupos ainda mais
estreitos, eram o mais importante na ascensão da desigualdade.", constata Paul Krugman,
professor de economia e assuntos internacionais na Universidade de Princeton e
ganhador do prêmio Nobel de Economia em 2008, em artigo publicado pelo
jornal The
New York Times e reproduzido pelo jornal Folha
de S.Paulo, 26-04-2014.
Segundo
ele, "nos EUA,
a proporção da renda nacional reservada ao 1% mais rico seguiu uma curva em U.
Antes daPrimeira
Guerra Mundial, o 1% mais rico detinha 20% da renda nacional, tanto
nos EUA quanto
no Reino Unido.
Por volta de 1950, essa proporção caíra a menos da metade. Mas de 1980 para cá a
parcela reservada ao 1% disparou de novo - e nos Estados
Unidos ela retornou ao ponto em que estava um século atrás".
O
Prêmio Nobel de Economia, ao comentar o livro Capital
in the Twenty-First Century (O Capital no Século XXI) de Thomas
Piketty, afirma que a grande ideia da obra "é
não só a de que retornamos ao século XIX em termos de desigualdade de renda como
a de que estamos no caminho de volta ao "capitalismo
patrimonial", no qual os grandes píncaros da economia são ocupados não
por indivíduos talentosos mas por dinastias familiares".
Segundo Krugman,
"esse é um livro que mudará a maneira pela qual pensamos sobre a sociedade e
pela qual concebemos a economia".
E
o economista americano conclui: "Piketty conclui
com um apelo, especialmente, por impostos sobre a riqueza, se possível em escala
mundial. É fácil ser cínico sobre as perspectivas de sucesso dessa empreitada.
Mas certamente o magistral diagnóstico de Piketty sobre
a situação para a qual nos encaminhamos torna o êxito mais provável. Por isso,
seu livro é extremamente importante em todas as frentes. Piketty transformou
nosso discurso econômico; jamais voltaremos a falar sobre renda e desigualdade
como fazíamos".
Eis
o artigo.
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