Baderna
não é democracia
Posted on maio 9, 2014 by Tribuna da
Internet
Carlos Chagas
Diante do crescimento em todo o país de variadas manifestações de protesto, o governo optou por perigosa estratégia. Até a presidente Dilma justifica que as manifestações constituem prova de ser o Brasil uma democracia para ninguém botar defeito.
Não é bem assim. Claro que todo mundo tem direito de ir para a rua reivindicar e estrilar, mas virou moda, com a prática desse direito constitucional, agredir o direito dos outros. A começar pelo direito de ir e vir, tão contrariado por essas constantes interrupções do transito em ruas, avenidas e rodovias, pela queima de pneus, sacos de lixo e outros materiais. Duram horas, até o dia inteiro essas explosões, prejudicando quem precisa chegar ao trabalho ou voltar para casa, para não falar do desespero daqueles que necessitam ir ao médico, ao dentista ou pegar as crianças na creche.
Isso não é democracia. É baderna. Ainda que menos grave do que depredações, invasões, quebra-quebra e até assassinatos. Mesmo assim, os sem-terra, sem-teto, sem salário e sem segurança, se devem exercer a prerrogativa de clamar por seus interesses, carecem de liberdade para prejudicar o semelhante. Ou deveriam, porque continuam diariamente a perturbar a rotina da maioria.
COPA DO MUNDO
Deveria o governo acionar seus mecanismos e suas estruturas para garantir o direito de manifestação, mas também de forma a proteger a população dos excessos que se multiplicam. Já começaram os protestos contra a realização da Copa do Mundo no Brasil. Podem até ter razão quantos se mostram indignados pelos gastos abusivos na construção de estádios de futebol, para não falar de negócios escusos entre empreiteiras e governantes.
Os poderes federal, estaduais e municipais devem mesmo mobilizar-se para garantir condições de acesso pacífico aos estádios, a ordem dentro deles e a volta para casa. Isso significa que devem ser reprimidas manifestações capazes de dificultar e impedir o cidadão comum de comparecer aos espetáculos. Se possível, pacificamente.
O diabo é que a moda da baderna está pegando cada vez com mais intensidade. Nas capitais e até no interior os meios de comunicação mostram cenas degradantes, com quilômetros de congestionamento no trânsito, fumaça e fogo nas ruas e centenas de pessoas imobilizadas sem poder cumprir suas obrigações. E nem se fala, hoje, da ação deletéria dos black-blocs e afins, empenhados em destruir patrimônio público e privado.
Convenhamos, isso não é democracia e nem serve para darmos mais uma lição ao mundo. É baderna, mesmo…
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