FLIQUINHA
BUSCA COLOCAR A MENINADA COM
“FACE
NO BOOK”
Por José Milton Junqueira
Dentro da programação da FLIQUINHA 2014, tive
o prazer de participar da Mesa-Redonda: “Livro
de Artista, Arte, Leitura Literária e Leitura não Literária:
Diálogos entre pesquisadores e educadores” na
qual pude acompanhar as discussões sobre metodologias, procedimentos,
estratégias e tomar algumas anotações que compartilho a seguir.
A FLIQUINHA, idealizada e formatada pela
pesquisadora Cristina Krauss. É um
programa de leitura, tanto literária como não literária, apoiado no letramento
informacional e que contribui para despertar o interesse e o acesso aos livros,
bem como o incentivo à leitura a partir da biobibliografia dos campanhenses
homenageados na edição anual da Feira do Livro da Campanha (FLIC), com
metodologias, estratégias, procedimentos ligados especialmente à Arte e ao
chamado “Livro de Artista”.
A FLIQUINHA é formada por um conjunto de
projetos sistematizados para serem desenvolvidos ao longo do ano, entre uma
edição e outra do evento e voltados para o público infanto-juvenil em contexto
escolar, em escolas públicas – estaduais e municipais –, particulares,
confessionais, urbanas e rurais de Campanha, a mais antiga cidade e referência
cultural para toda a região sul-mineira.
Com esse programa, busca-se o envolvimento de
toda a rede de ensino, em todas as suas etapas da educação básica, desde a
educação infantil, a creche e a pré-escola passando pelo ensino fundamental,
nos anos iniciais e finais até o médio (com suas áreas de empregabilidade),
inclusive as modalidades da educação básica, a educação de jovens/adultos, a
educação especial, a educação profissional e tecnológica, a educação do campo,
o atendimento às Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 que abordam a história e
cultura afro-brasileira e indígena.
Tal programa apresenta Campanha como a terra
dos livros, dos apaixonados por livros. A título de ilustração, ela é citada
como o local onde se organizou a 1ª biblioteca de Minas, a 1ª livraria de
Minas, a 1ª fábrica de tipos móveis de Minas, a 1ª Enciclopédia Popular
Brasileira, dentre outros protagonismos, como o local onde a leitura, os
professores, as letras, os letreiros se mostram sempre presentes como descreveram
memorialistas e vêm ratificando pesquisadores da história do livro, da leitura.
O livro, que perpassa todas as ações, projetos do programa é também atrelado
aos conceitos e às modalidades de patrimônio cultural.
E no desenrolar de tais atividades acontecem
diálogos interdisciplinares, conforme a organização curricular (linguagens, com
a literatura em seus variados gêneros, textos, língua portuguesa, estrangeira,
cênica, plástica, musical, educação física), matemática, ciências da natureza
(biologia, física, química), ciências humanas (geografia, história, filosofia,
sociologia), ensino religioso das várias etapas da educação básica. Também
abrangendo os temas transversais, conforme dispõe a Resolução no 2.197/2012 da
Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais (SEE-MG), acontecem abordagens
sobre saúde, sexualidade e gênero, vida familiar e social, direitos das
crianças e adolescentes, direito dos idosos, educação ambiental, educação em
direitos humanos, educação e consumo, educação fiscal, educação para o
trânsito, trabalho, ciência e tecnologia, diversidade cultural, dependência
química, higiene bucal, educação alimentar e nutricional.
Tudo acontece sempre tendo como ponto de
partida e eixo norteador de todas essas ações o livro e a paixão pela leitura.
Os escritores, homenageados na FLIC, são lidos juntamente com escritores
sul-mineiros, mineiros, brasileiros, estrangeiros conforme liames estabelecidos
entre as obras e as propostas de cada um dos cem projetos que compõem o
programa FLIQUINHA. Ao longo desse percurso de abrir, folhear, ler Campanha,
nesse tempo e espaço de multiplicidade de leituras sem fronteiras entre o livro
e os leitores, os estudantes terminam por eleger uma produção na qual
expressarão todo o conteúdo resultante da pluralidade de processos
experimentados e que mais tenha lhe agradado. São os esforços de educadores
para que, de forma criativa, agradável, a meninada da Campanha se interesse
pelo livro, pela leitura e assim aconteça a construção do conhecimento.
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