A nova reforma ministerial
Desde o dia 29 deste mês de setembro de 2015, jornais de grande circulação no país vêm anunciando mais uma descontinuidade na Educação: a possível saída do Ministro da Educação Renato Janine Ribeiro para a entrada do atual Ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante. Acreditamos que essa mudança afetará, em profundidade e novamente, a continuidade dos trabalhos do Governo Federal para uma educação com qualidade e inclusiva em todo Brasil.
O que aconteceu no Ministério da Educação nos últimos 2 anos
Desde 2014, o MEC teve três ministros diferentes gerindo uma das pastas mais importantes do Governo Federal. Por mais que exista um Planejamento Estratégico Institucional, é preciso haver uma continuidade na gestão para que as ações do MEC sejam, de fato, priorizadas e tragam resultados positivos para uma educação com qualidade e inclusiva em todo Brasil.
Estamos em fase de disucussão e implementação de projetos estruturantes e estratégicos para a Educação no Brasil, decorrentes especialmente do Plano Nacional de Educação: a Base Nacional Comum Curricular já foi elaborada e está em fase de consulta pública para ser aprimorada antes da implementação; a proposta para implementação de um Sistema Nacional de Educação (SNE) está em discussão no MEC e deverá ser encaminhada ao Congresso Nacional até o próximo ano; acaba de se iniciar chamada pública para projetos de inovação, compondo a estratégia do MEC de mapear e incentivar novas práticas educativas, dentre diversas outras iniciativas que impactam diretamente na educação de mais de 50 milhões de estudantes brasileiros.
Tudo isso requer planejamento e continuidade. O Plano Nacional de Educação define metas e estratégias para os próximos anos que não serão implementadas sem uma gestão estável do Ministério. Trata-se de uma política de Estado que não pode ser inviabilizada ou desacreditada em virtude de humores e acordos governamentais.
É crônica no Brasil a ausência de planos estratégicos, de longo prazo, para a Educação. Quando elaborados, muitas vezes deixaram de ser implementados exatamente em decorrência de instabilidade ou descontinuidade política. O Plano Nacional de Educação pode representar um novo capítulo nessa história. Isso depende, contudo, que o MEC seja preservado da ingovernabilidade que vem atingindo diversos ministérios. Depende da construção efetiva de um país capaz de educar sua população.
Em que momento o sonho de uma Pátria Educadora deixará de ser um slogan e passará a pautar as escolhas deste Governo? A educação precisa ser levada a sério. Para isso, não podemos ignorar a relação direta entre planejamento, financiamento e continuidade das gestões com a qualidade da educação.
Por que é importante Renato Janine Ribeiro continuar a frente do MEC
- É educador. Formou-se na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP - onde também foi professor. Janine fez mestrado pela Université Paris 1 Pantheon-Sorbonne e pós-doutorado pela British Library. Lecionou na Universidade de São Paulo por cerca de 20 anos, além de ter 18 livros publicados
- Um ministro-filósofo como Renato Janine Ribeiro pode ajudar a repensar efetivamente os currículos dos ensinos básico e médio
- Não tem filiação partidária, tendo a possibilidade maior de dialogar com outros setores da sociedade
- Olha para inovação na educação. O MEC lançou uma chamada pública para que instituições escolares e não escolares apresentem seus trabalhos para criação de um banco de iniciativas criativas e inovadoras, com ampla articulação com a Sociedade Civil e a coordenação da Professora Helena Singer
Iniciativa da mobilização: Antonio Lovato, Bruno Bissoli, Caio Dib, Laíssa Cortez, Mariana Villela, Renata Ferraz e Vanessa Pinheiro
CARTA PARA
Dilma Rousseff
Dê o seu apoio à quem é do ramo. O Brasil só mudará quando tiver cabeças pensantes, com moral, ...
ResponderExcluir