Professores dizem que ensinar gera aprendizado
Daniela Penha - Jornal A Cidade - 13/10/2015
O professor abre as janelas do mundo. Pega na mão de quem tem medo e ajuda a segurar o lápis. Ensina a ler, mas também a interpretar além. É aquele empurrãozinho quando dá vergonha de falar com a paquera no recreio. É aquele baita empurrão quando bate a dúvida sobre a profissão a seguir.
É inglês, matemática, física, química, português, vida. Existem professores que se limitam às matérias. Mas tem aqueles que se entregam, que ensinam, além da gramática, um pouco sobre o viver. Parte mais difícil de todo processo. Os professores que aqui se apresentam também são desses, a quem o Dia dos Professores quer homenagear. Já sabendo que até a mais linda homenagem é pouco.
Paula, Zitto e Cristina são três entre mais de 12 mil professores de Ribeirão Preto, nas contagens formais. Mas fazem a diferença. E abrem a série de reportagens que o A Cidade produz nesta semana.
Cristina sente satisfação em ensinar
A professora Cristina Camargo Dalri é uma eterna aprendiz. “Para ensinar, a gente precisa aprender. Assim, quem aprende mais sou eu mesma”.
Se formou em enfermagem e passou a atuar em pediatria, no HC de Ribeirão. Há 10 anos, terminando o mestrado, surgiu a oportunidade de dar aula para alunos de graduação. “O ensino enriquece muito. Essa experiência é muito prazerosa”, aceitou e nunca mais parou.
Fala de ensinar e aprender com a mesma medida. “É um aprendizado porque você tem contato com pessoas muito diferentes, com histórias diferentes. O fato de poder ensiná-los dá uma satisfação muito grande”. Recentemente, passou a atuar na área de educação continuada do Hospital da Criança. Ajuda, assim, os profissionais da saúde a terem uma formação, principalmente, mais humana.
A humanização, ela diz, não pode faltar em suas aulas, porque é chave no dia-a-dia. “É muito importante, independente do assunto abordado. A humanização é o pilar que sustenta a prática”.
A alegria maior é encontrar ex-alunos atuando na pediatria que ensinou. “É uma sensação de dever cumprido. Consegui fazer o melhor a ponto de o aluno querer atuar nessa área”, compartilha.
Zitto, o irmão chato que educa com alegria
Barbudo, roqueiro, gente boa: chegou o professor. O nome é Hélio Sbroion Rocha, 29 anos, mas periga ninguém reconhecer. O professor Zitto é “da galera” até no apelido.
Em sala de aula, tem postura de “irmão mais velho”. “Eu falo isso para eles no começo do ano: ‘Sou aquele irmão mais velho chato. Vou aporrinhar, vou cobrar, vou ajudar a aprender’”.
Dá tão certo que a aula de química, para Ensino Médio e Fundamental, vira diversão. “Eles levam para casa, fazem experimentos e publicam as fotos no Instagram. Tem resultado”.
Ele procura, além de ensinar, integrar. “Busco interagir com eles o máximo que eu posso. Coloco fotos no Facebook, opiniões. Tento participar da vida deles”. O ano letivo está na metade e ele já se tornou amigo. “Tem muito resultado. Eles se interessam bem mais. E tem alunos que acabam desabafando, pedindo conselho”.
E garante: “Eu não facilito nas provas”, irmão chato que é.
Zitto é espelho de uma professora de Química. “Foi ela que me incentivou a seguir a profissão”. Está em sala de aula desde 2008. “O melhor de tudo é o fato de passar conhecimento para alguém. O brilho nos olhos dos alunos paga o que tem de ruim”.
Paula, atenção é igual para todos
Na sala de aula, os olhares doces iam para quem tinha boas notas. Por isso, Paula Scarpa, 38 anos, quis ser professora. “A atenção maior, o toque diferente, o olhar, eram para os alunos bons. Eu me sentia mal, porque sempre tive dificuldade. Quis fazer diferente”.
E faz. Está há 20 anos na profissão e já trabalhou com ensino infantil e fundamental. Agora, atua com alunos de 7 anos, em fase de alfabetização. “Estou conseguindo fazer o trabalho que sempre sonhei.”
Paula derrubou a ditadura dos livros, das provas rigorosas, dos conteúdos programáticos. Usa tudo isso, quando necessário. Mas não só. “É um projeto de investigação, em que a criança vai atrás da pesquisa, busca conhecimento. Assim, nós conseguimos dar sentido para o que ela está aprendendo”, explica.
Na aula de Paula tem livros, mas também tem brincadeira. “A brincadeira é tão importante quanto o respirar”, ela defende. E colhe bons resultados. “Com esse trabalho, a criança se sente mais corajosa, colaborativa”.
Na sala dela, que é inclusiva, todos são iguais. “Consigo olhar cada um do seu jeitinho, da sua forma de ser”. Quando define o professor, não precisa nem pensar; “é despertar no outro o que ele tem de melhor.”
É inglês, matemática, física, química, português, vida. Existem professores que se limitam às matérias. Mas tem aqueles que se entregam, que ensinam, além da gramática, um pouco sobre o viver. Parte mais difícil de todo processo. Os professores que aqui se apresentam também são desses, a quem o Dia dos Professores quer homenagear. Já sabendo que até a mais linda homenagem é pouco.
Paula, Zitto e Cristina são três entre mais de 12 mil professores de Ribeirão Preto, nas contagens formais. Mas fazem a diferença. E abrem a série de reportagens que o A Cidade produz nesta semana.
Cristina sente satisfação em ensinar
A professora Cristina Camargo Dalri é uma eterna aprendiz. “Para ensinar, a gente precisa aprender. Assim, quem aprende mais sou eu mesma”.
Se formou em enfermagem e passou a atuar em pediatria, no HC de Ribeirão. Há 10 anos, terminando o mestrado, surgiu a oportunidade de dar aula para alunos de graduação. “O ensino enriquece muito. Essa experiência é muito prazerosa”, aceitou e nunca mais parou.
Fala de ensinar e aprender com a mesma medida. “É um aprendizado porque você tem contato com pessoas muito diferentes, com histórias diferentes. O fato de poder ensiná-los dá uma satisfação muito grande”. Recentemente, passou a atuar na área de educação continuada do Hospital da Criança. Ajuda, assim, os profissionais da saúde a terem uma formação, principalmente, mais humana.
A humanização, ela diz, não pode faltar em suas aulas, porque é chave no dia-a-dia. “É muito importante, independente do assunto abordado. A humanização é o pilar que sustenta a prática”.
A alegria maior é encontrar ex-alunos atuando na pediatria que ensinou. “É uma sensação de dever cumprido. Consegui fazer o melhor a ponto de o aluno querer atuar nessa área”, compartilha.
Zitto, o irmão chato que educa com alegria
Barbudo, roqueiro, gente boa: chegou o professor. O nome é Hélio Sbroion Rocha, 29 anos, mas periga ninguém reconhecer. O professor Zitto é “da galera” até no apelido.
Em sala de aula, tem postura de “irmão mais velho”. “Eu falo isso para eles no começo do ano: ‘Sou aquele irmão mais velho chato. Vou aporrinhar, vou cobrar, vou ajudar a aprender’”.
Dá tão certo que a aula de química, para Ensino Médio e Fundamental, vira diversão. “Eles levam para casa, fazem experimentos e publicam as fotos no Instagram. Tem resultado”.
Ele procura, além de ensinar, integrar. “Busco interagir com eles o máximo que eu posso. Coloco fotos no Facebook, opiniões. Tento participar da vida deles”. O ano letivo está na metade e ele já se tornou amigo. “Tem muito resultado. Eles se interessam bem mais. E tem alunos que acabam desabafando, pedindo conselho”.
E garante: “Eu não facilito nas provas”, irmão chato que é.
Zitto é espelho de uma professora de Química. “Foi ela que me incentivou a seguir a profissão”. Está em sala de aula desde 2008. “O melhor de tudo é o fato de passar conhecimento para alguém. O brilho nos olhos dos alunos paga o que tem de ruim”.
Paula, atenção é igual para todos
Na sala de aula, os olhares doces iam para quem tinha boas notas. Por isso, Paula Scarpa, 38 anos, quis ser professora. “A atenção maior, o toque diferente, o olhar, eram para os alunos bons. Eu me sentia mal, porque sempre tive dificuldade. Quis fazer diferente”.
E faz. Está há 20 anos na profissão e já trabalhou com ensino infantil e fundamental. Agora, atua com alunos de 7 anos, em fase de alfabetização. “Estou conseguindo fazer o trabalho que sempre sonhei.”
Paula derrubou a ditadura dos livros, das provas rigorosas, dos conteúdos programáticos. Usa tudo isso, quando necessário. Mas não só. “É um projeto de investigação, em que a criança vai atrás da pesquisa, busca conhecimento. Assim, nós conseguimos dar sentido para o que ela está aprendendo”, explica.
Na aula de Paula tem livros, mas também tem brincadeira. “A brincadeira é tão importante quanto o respirar”, ela defende. E colhe bons resultados. “Com esse trabalho, a criança se sente mais corajosa, colaborativa”.
Na sala dela, que é inclusiva, todos são iguais. “Consigo olhar cada um do seu jeitinho, da sua forma de ser”. Quando define o professor, não precisa nem pensar; “é despertar no outro o que ele tem de melhor.”
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