quarta-feira, 14 de setembro de 2016

MICROCEFALIA NÃO É O FIM DO MUNDO.

Jovem com microcefalia escreve livro em Campo Grande

G1 - 16/12/2015

O que parecia utopia para uma família de Campo Grande se tornou realização. Diagnosticada com microcefalia quando ainda era bebê e depois de sete cirurgias, Ana Carolina Dias Cáceres, 24 anos, recebeu o diploma de jornalista na noite dessa terça-feira (15), em uma universidade de Campo Grande.

"Sinto felicidade extrema [...] Para as mães que já são grávidas eu diria para procurarem informação, quanto melhor informado sobre a microcefalia, mais a criança vai ter chance de fazer o que está acontecendo comigo", recomendou.

O canudo nas mãos tem um significado especial para toda a família, que temia sequelas graves por conta da condição rara de Ana Carolina. Para o pai Ermínio Cáceres é impossível não lembrar das dificuldades e das dúvidas que surgiram logo após o diagnóstico da microcefalia.

"A gente não sabia se ela ia andar, se ela ia falar, se ia ouvir e hoje esta aí, como vocês estão vendo, formada em jornalismo. Fez o curso tranquilamente, tudo de bom", disse emocionado.

Infância
Ana Carolina teve a infância marcada por cirurgias e cuidados redobrados com a saúde por conta da microcefalia, um dos assuntos mais discutidos no Brasil nos últimos meses por ter relação com o zika vírus.

"Quando era bebê ela sofreu muito porque foram várias cirurgias que teve que fazer. Teve convulsão, teve parada cardiaca, teve um monte de coisa e hoje ela está vencendo isso", lembrou a tia, Ignácia Cáceres. Foram sete cirurgias, a primeira com nove dias de vida e com duas paradas cardíacas durante o procedimento. O preconceito e as diferenças também fizeram parte da fase de escola.

"Eu fui ter amigos mesmo só quase no último ano do ensino fundamental. Tinha certas coisas, por exemplo, que eu não podia fazer na escola como educação física. Então, eu ficava sentada. Só eu ali, no cantinho, e o resto do pessal brincando", explicou.

Páginas de superação
A história de superação ganhou as páginas de um livro, escrito pela própria Ana Carolina como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Para escrever o "Selfie, em meu autoretrato, a microcefalia é diferença e motivação", a jovem contou a própria experiência e ouviu relatos de outras cinco famílias que também convivem com a mesma condição.

O irmão, Marcos Ermínio Cáceres, também esteve na colação e comentou sobre a importância da irmã. "É um exemplo de superação, ela demonstrou pra gente o que é superação", afirmou. Emocionada, a mãe demonstrou em poucas palavras a admiração pela filha. "Ela superou, é uma heroína", disse.

Diploma
Ana Carolina diz é apaixonada pela profissão que escolheu e lembra que a arte de contar e ouvir histórias sempre a encantou.

Ciente da importância da informação sobre a microcefalia, ela aproveitou a própria experiência e o dom de comunicar para alertar pais de bebês diagnosticados com microcefalia. Os relatos estão nas páginas do livro, orientado pela professora Cristina Ramos.

"Esse autoretrato marcado pela microcefalia é um autoretrato mais difícil. Como jornalista foi mais complicado ainda porque entrou a subjetividade, ela teve que entrevistar os pais, mas ela busacou encontrar pessoas como ela, que sobreviveram com a microcefalia e que está levando a vida. Acho que esse é um ponto importante e interessante do livre nesse momento especial para ajudar esses pais e mães que estão preocupados a verem que as possibilidades, se eles agirem rápido, são inúmeras", disse a professora.

Uma etapa chegou ao fim e a vitória conquistada diante de uma condição de superação abre caminho para novos sonhos de Ana Carolina. "Acabou [a faculdade], agora a brincadeira vai ficar séria. Agora é ir lá no mercado [de trabalho] e ralar porque tem que ganhar o pão", ressaltou.

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