sábado, 8 de outubro de 2016

AOS JOVENS, AGORA ORFÃOS, DA ESQUERDA.

Aos jovens, agora órfãos, da esquerda

Stephen Kanitz
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E agora, o que um jovem de esquerda deveria fazer ou sonhar?
90% de meus colegas da faculdade de Economia, pelo menos os que se achavam mais inteligentes, eram de esquerda.
Queriam mudar o mundo, salvar o Brasil, expulsar o FMI e acabar com a pobreza.
Cabulavam as aulas e viviam no centro acadêmico com pôsteres de Che Guevara discutindo como tomar o poder.
A ideia de ajudar os outros fazendo trabalho voluntário na periferia nem lhes passava pela cabeça.
O resto era de centro. Comunitários, liberais e libertários, mais preocupados em libertar o Brasil de uma ditadura do que em implantar outra, a do proletariado.
Para minha surpresa, quando fiz o mestrado em Harvard, a totalidade de meus colegas era apolítica.
Eles estavam lá para estudar.
Adquirir conhecimentos úteis à sociedade e talvez ficarem ricos.
Por isso estudavam, para meu enorme desespero, vinte horas por dia.
Mas, mesmo com essa carga de estudo, todos faziam trabalho voluntário, um dos requisitos inclusive para a admissão ao MBA.
Quarenta anos se passaram, e na última reunião quinquenal dos ex alunos de Harvard constatei que todos ficaram ricos como pretendiam.
Eu a única exceção, Prof. da USP que era.
Ricos, eles devotam a maior parte do tempo a causas sociais e doam bilhões ao terceiro setor.
Mesmo eu que não sou rico, pude com pouco dinheiro criar o primeiro site de voluntários, o www.voluntarios.com.br, criar o Prêmio Bem Eficiente para Entidades Beneficentes, que a velha esquerda nunca apoiou, porque eles estavam ocupados tentando se eleger.
A reunião com meus colegas da USP foi ainda mais surpreendente.
O mais engajado na época, o que mais pregava a luta de classes, é hoje o economista chefe de um grande banco.
João Sayad, meu colega socialista e portanto menos radical, foi dono de banco, junto com Philippe Reichstull, ex presidente da Petrobras.
“Cansei de ajudar os outros” (sic), “estou ficando velho, preciso me preocupar com minha aposentadoria“.
“Quem não é de esquerda quando jovem não tem coração, quem continua quando velho perdeu a razão“.
Desculpa esfarrapada e ofensiva para velhos como nós que temos ainda coração.
Um dos meus colegas, funcionário público tinha sonhos horríveis. “Sonhei que era um velho mendigo, dormindo na sarjeta“.
Foi quando aderiu à corrupção.
Jovens de esquerda ouçam bem.
Vocês ainda não têm competência para mudar o mundo e acabar com a pobreza.
Falta-lhes conhecimento para tocar um botequim, como a Dilma, muito menos uma revolução.
Estudem. Sejam úteis à sociedade, em vez de sonhar com um emprego público porque é garantido e mais seguro.
Antes de mudarem o mundo, mudem primeiro o bairro via www.voluntarios.com.br, para depois mudar seu Estado e o país.
Percebam que Dilma, Nelson Barbosa, Luciano Coutinho, Aloizio Mercadante, Guido Mantega, Sergio Gabrielli, João Stédile, todos economistas de esquerda, só pioraram o mundo com sua arrogância, autoritarismo e incompetência administrativa.
Sejam de direita pelos menos nos seus primeiros 20 anos, estudem, casem bem, criem filhos honestos, não traiam suas esposas por aí.
Sejam de esquerda dos 50 anos em diante, distribuindo a sua riqueza, trabalhando para os outros em vez de ficar xyzwhijp regras e cocô na Paulista, ou sendo procurados como terroristas.
Stephen Kanitz é consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP)

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