Brasiliana debate livro-objeto e o não-livro na arte contemporânea
Leila Kiyomura / Jornal da USP
Pela primeira vez no Brasil, o “livro-objeto ou o não-livro” foi foco de um seminário internacional. O evento, produzido pela Estate Produções,foi apresentado na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da USP de 16 a 19 de outubro. Artistas, editores, escritores e pesquisadores da França, Espanha, Brasil e Portugal apresentaram a importância do tema, que vem se destacando na arte contemporânea.
“A discussão sobre o livro-objeto chegou ao Brasil, via pop art, na década de 1960”, explica Sérgio Lima, professor, escritor e idealizador dos Seminários Livro-Objeto e o Não-Livro. “Mas o pioneiro no país foi o artista Flávio de Carvalho, um dos pioneiros da geração modernista, que trouxe esse conceito em 1930.”
Lima observa que o evento abre um debate necessário para a cultura brasileira. “O conceito do livro-objeto é uma presença inequívoca nas artes. Este evento está abrindo uma discussão com várias testemunhas de áreas distintas.” O professor lembra que, no Brasil, é comum o livro do artista, porém, o livro-objeto ainda precisa ser estudado, mesmo porque tem sido referência para o trabalho de artistas do mundo inteiro.
O evento conta com o apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP e da Editora da USP (Edusp). “Esse debate está acontecendo em um momento difícil na Universidade, porém mostra que sem vanguarda e sem criatividade não há cultura”, considera a pró-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda. “E o mais importante é que acontece junto ao acervo precioso de Guita e José Mindlin, que foi formado graças à paixão pelos livros. Estou encantada com o trabalho do artista António Gonçalves, que mostra as infinitas possibilidades do livro que se desdobram na criatividade do livro- objeto.”
Maria Arminda se declara uma apaixonada pelos livros. “Gosto de folhear as páginas. Eu não consigo ler em tablets.” A boa leitora de Gustave Flaubert lembrou Madame Bovary e comparou o livro-objeto com a poética do escritor, que dizia que, para atravessar o fardo da existência, só mesmo com a orgia perpétua dos livros.
Na abertura, o professor e escritor espanhol Perfecto Cuadrado Fernández, professor de Filologia Portuguesa e Galega na Universidade das Ilhas Baleares, destacou o trânsito do Surrealismo entre Espanha e Portugal. A programação prossegue com a participação do artista português Miguel de Carvalho, do francês Guy Ducornet, do espanhol Juan Bautista e dos brasileiros Luise Weiss e Rubens Matuck. E ainda com a participação dos professores, editores e escritores Juan Carlos Valera, Juan Batista Cáceres Rodrigues e Elaine Ramos.
O presidente da Edusp, Plínio Martins Filho, também participou do seminário. “Creio que é muito importante conhecer as infinitas possibilidades criativas que o livro oferece”, observa. “Como bem diz o escritor e filósofo Umberto Eco, quanto mais lê, mais você fabula.”
Pela primeira vez no Brasil, o “livro-objeto ou o não-livro” foi foco de um seminário internacional. O evento, produzido pela Estate Produções,foi apresentado na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da USP de 16 a 19 de outubro. Artistas, editores, escritores e pesquisadores da França, Espanha, Brasil e Portugal apresentaram a importância do tema, que vem se destacando na arte contemporânea.
“A discussão sobre o livro-objeto chegou ao Brasil, via pop art, na década de 1960”, explica Sérgio Lima, professor, escritor e idealizador dos Seminários Livro-Objeto e o Não-Livro. “Mas o pioneiro no país foi o artista Flávio de Carvalho, um dos pioneiros da geração modernista, que trouxe esse conceito em 1930.”
Lima observa que o evento abre um debate necessário para a cultura brasileira. “O conceito do livro-objeto é uma presença inequívoca nas artes. Este evento está abrindo uma discussão com várias testemunhas de áreas distintas.” O professor lembra que, no Brasil, é comum o livro do artista, porém, o livro-objeto ainda precisa ser estudado, mesmo porque tem sido referência para o trabalho de artistas do mundo inteiro.
O evento conta com o apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP e da Editora da USP (Edusp). “Esse debate está acontecendo em um momento difícil na Universidade, porém mostra que sem vanguarda e sem criatividade não há cultura”, considera a pró-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda. “E o mais importante é que acontece junto ao acervo precioso de Guita e José Mindlin, que foi formado graças à paixão pelos livros. Estou encantada com o trabalho do artista António Gonçalves, que mostra as infinitas possibilidades do livro que se desdobram na criatividade do livro- objeto.”
Maria Arminda se declara uma apaixonada pelos livros. “Gosto de folhear as páginas. Eu não consigo ler em tablets.” A boa leitora de Gustave Flaubert lembrou Madame Bovary e comparou o livro-objeto com a poética do escritor, que dizia que, para atravessar o fardo da existência, só mesmo com a orgia perpétua dos livros.
Debate internacional
O artista português António Gonçalves abriu a programação falando de sua obra e da concepção do livro-objeto em vários países. Apresentou o projeto Registros, que começou em 2008. “Eu passei a desenhar diariamente a imagem principal da primeira página do jornal do lugar onde eu me encontrasse, mostrando a força da imagem.” A conversão das imagens para os desenhos feitos com pincel e tinta-da-china criou testemunhos visuais do tempo do mundo e do artista, que, depois, foram apresentados em exposições e reunidos no livro-objeto que o artista foi passando de mão em mão para os presentes no debate. Em sua obra, Gonçalves transpõe a poética das palavras para a dimensão do objeto e da imagem. “O livro é sempre uma fonte de inspiração para o não-livro”, justifica o artista.Na abertura, o professor e escritor espanhol Perfecto Cuadrado Fernández, professor de Filologia Portuguesa e Galega na Universidade das Ilhas Baleares, destacou o trânsito do Surrealismo entre Espanha e Portugal. A programação prossegue com a participação do artista português Miguel de Carvalho, do francês Guy Ducornet, do espanhol Juan Bautista e dos brasileiros Luise Weiss e Rubens Matuck. E ainda com a participação dos professores, editores e escritores Juan Carlos Valera, Juan Batista Cáceres Rodrigues e Elaine Ramos.
O presidente da Edusp, Plínio Martins Filho, também participou do seminário. “Creio que é muito importante conhecer as infinitas possibilidades criativas que o livro oferece”, observa. “Como bem diz o escritor e filósofo Umberto Eco, quanto mais lê, mais você fabula.”
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