Projeto incentiva gosto pela leitura em Arapongas (PR)
Bonde News - 14/10/13No Colégio Estadual Emilio de Menezes, em Arapongas, um projeto tem incentivado o gosto pela leitura nos alunos do curso de formação de docentes (antigo magistério). Os estudantes recebem orientação e têm um espaço para discutir sobre o que estão lendo. O objetivo principal é fazer com que os futuros professores adotem esta ação na sua prática profissional.
O trabalho acontece em contraturno e começou com 20 alunos. "Temos o compromisso de despertar o gosto pela leitura nos nossos alunos. O envolvimento dos estudantes só acontece quando se conhece cada um deles, e do que cada um gosta para orientá-lo. Indicando a obra certa", ressaltou a professora da Língua Portuguesa, Lídia Benvindo dos Santos, responsável pelo projeto.
Além da leitura, os alunos recebem outras vantagens. "Um dos pontos mais importantes é que temos alguém para conversar sobre a obra que lemos. Vemos outras opiniões. Enxergamos outros pontos de vista e isso amplia a nossa capacidade de discutir", explicou a aluna do 1º ano de formação de docente, Mariana Santana Rodrigues, 15 anos, que sempre gostou de ler.
No final de outubro, os estudantes do curso de formação de docentes participantes do projeto vão promover uma mostra sobre o que aprenderam. A ideia é divulgar o que aprenderam com os outros alunos das demais turmas do colégio e, com isso, divulgar os benéficos que a leitura traz.
A professora já realizava algumas ações de incentivo à leitura em anos anteriores, mas o seu projeto culminou com a sua participação no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). "O programa permitiu direcionar a minha proposta. O PDE permite um aprofundamento das nossas práticas pedagógicas, e com isso, conseguimos trazer para o aluno algo mais concreto", ressaltou a professora Lídia.
PRÁTICAS DIFERENCIADAS
Segundo a professora Lídia, existem formas diferentes de abordagem para estimular os alunos dos diferentes anos. "No ensino fundamental é preciso apresentar as obras, mostrá-las, contar partes das histórias, para despertar o interesse. Depois vem o aprofundamento", disse a professora.
Para os estudantes do ensino médio é preciso apresentar os vários gêneros textuais (crônica, contos, memórias), começando com o texto curto para um mais complexo. "É preciso estabelecer uma caminhada de leitura para o aluno. Uma trajetória até chegas a ‘Cem Anos de Solidão’ (obra do escritor colombiano Gabriel García Márquez - Nobel da Literatura em 1982), por exemplo. O papel do professor é acompanhar e orientar sobre a obra", comentou a Lídia.
OUTROS RESULTADOS
O incentivo do trabalho de leitura da professora Lídia já é feito há alguns anos. E tem conseguido outros resultados. Os alunos do primeiro ano do ensino médio pretendem criar um blog para postar suas leituras e divulgar os que estão lendo aos outros estudantes da escola e para quem gosta de ler.
João Carlos Fernandes Piraccini, 15 anos, 1º ano do ensino fundamental, foi uma dos primeiros estudantes que passaram a perceber a importância de ler quando estava no 6º ano do ensino fundamental. "A leitura dá base para a formação do aluno. Agora ela se tornou uma necessidade, agora faz parte de mim", falou o aluno. "Tudo por influência da professora Lídia e seu jeito de nos incentivar e valorizar", completou.
Outra aluna que foi beneficiada com o trabalho da professora Lídia foi a aluna Isabela Narezi Ribeiro, 15 anos, 2º ano do ensino médio. "Quando eu estava no sexto ano eu não gostava de ler. Não tinha facilidade, nem interpretava. Era complicado. A professora me ensinou que era algo bom. Nunca me esqueci da dedicação dela", disse a aluna que hoje reconhece que a leitura é a base de tudo, indiferente dos caminhos que ela pretende seguir.
ESPAÇOS DE LEITURA
A professora ainda lembrou a importância de se ter espaços adequados para promoção da leitura. A escola deve estar atenta para não tornar a biblioteca um local isolado, que distancia os estudantes dos livros. Além disso, todos os educadores têm responsabilidade de formar os leitores, não apenas o professor de língua portuguesa. O aluno precisa de orientação adequada para escolher o que vai ler. "A leitura deve estar a serviço da aprendizagem, da vida. Não pode ter um caráter burocrático, apenas para resumos ou fichas de leitura", contou Lídia.
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