sábado, 23 de novembro de 2013

LEITURA TAMBÉM NA ROÇA. POR QUE NÃO?

Arca das Letras completa 10 anos e tem agentes de leitura como chave para o sucesso

Jornal Dia a Dia - 12/11/13
Arca das Letras

O programa que incentiva e facilita o acesso à leitura no meio rural completa dez anos com a implantação de dez mil bibliotecas rurais. Responsáveis pelo estímulo à leitura, funcionamento e boa conservação dos móveis arca, os agentes de leitura são muito importantes para o sucesso do Programa Arca das Letras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

É o agente quem incentiva a leitura em sua comunidade. Hoje, existem mais de 17 mil pessoas capacitadas pelo programa para exercer essa atividade. Segundo a coordenadora nacional do programa, Dione Ferreira, seu papel é movimentar a biblioteca nas comunidades. “Sem o agente de leitura acredito que não haveria tanto envolvimento da comunidade com os livros, com a leitura e os eventos culturais. Ele é esse elo, esse mediador que leva o livro e a leitura até o morador da comunidade”, destaca.

A coordenadora explica que antes da implantação das bibliotecas é feito um formulário de consulta comunitária para saber os livros de preferência dos moradores e quem eles gostariam que fosse o escolhido para a missão de agente de leitura. “É um levantamento do perfil cultural da comunidade Nessa reunião eles já indicam dois voluntários, que são os agentes de leitura que vão atuar na biblioteca”, afirma.

Em 2009, a professora Aurila Sales, 42 anos, e sua irmã, Ana Carla de Sousa, foram escolhidas para agentes de leitura da Comunidade Quilombola de Nazaré, em Itapipoca, no Ceará, estado com maior número de bibliotecas rurais no País. Elas participaram de uma atividade de formação e hoje são “a peça fundamental para motivar e animar a comunidade em torno da biblioteca rural”, como enfatiza Dione.

Comunidade quilombola

Na Comunidade Quilombola de Nazaré vivem 51 famílias que utilizam a biblioteca Arca das Letras, na escola da comunidade. Aurila conta que, lá, eles encontram livros didáticos e paradidáticos. “Tem todo tipo de livro. Há livros que falam do movimento quilombola e do movimento indígena, por exemplo. E quem precisar pode pegar o livro na biblioteca. Tem material voltado para criança, adulto, adolescente”, explica.

Aurila e Ana Carla realizam campanhas para ampliar o acervo, como eventos culturais e comemorativos na comunidade e, dessa forma, transformam a arca das letras num espaço de pesquisa e de busca de informações. Para Aurila, o programa foi importante para incentivar a leitura. “A comunidade melhorou bastante. A gente aprende mais, se inteira mais dos assuntos. Vejo que a comunidade participa e tem muito interesse na leitura dos livros”, conta.

Missão

Na avaliação de Dione, por meio da formação de agentes de leitura e da implantação de bibliotecas o Programa Arca das Letras consolida sua missão de incluir comunidades rurais em projetos de educação e cultura estimulando o estudo e a qualidade da pesquisa escolar. “Sempre encontramos nas comunidades pelo menos duas pessoas que se interessam, gostam da leitura e querem ser voluntários para trabalhar com isso”, ressalta.

Conforme a coordenadora, durante os dez anos do programa foi possível observar que os moradores das comunidades rurais pensam no coletivo. “Esse trabalho do agente de leitura é justamente isso, um trabalho voluntário para o coletivo, para a comunidade. Nós percebemos que as bibliotecas com maior número de leitores, que tem uma atração maior, com atividades voltadas para a leitura, são justamente as que o agente tem um ou mais trabalho de mediação de leitura”, justifica.

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